Iansã – Senhora dos Ventos Eparrey

Oya é o primeiro nome de Iansã, conta a lenda que quando ela foi viver com Xangô ele passou a chama-la de Iansã porque a considerava tão radiante como o entardecer e assim ela ficou conhecida.

Princesa yoruba cultuada nas regiões de Nupe e Tapa. Foi esposa de Ogum e de  Xangô, seu primo e marido com quem conquistou um vasto império.

Considerada uma grande senhora, domina os raios e as tempestades  é a divindade que conhece a força dos ventos, evocando-os quando necessário.

Foi de  Olorun que Iansã recebeu a missão de transformar e renovar a natureza através do vento, que ela sabe manipular. O vento nem sempre é tão forte, mas, algumas vezes, forma-se uma tormenta, que provoca muita destruição e mudanças por onde passa, havendo uma reciclagem natural. Normalmente, Iansã sopra a brisa, que, com sua doçura, espalha a criação, fazendo voar as sementes, que irão germinar na terra e fazer brotar uma nova vida. Além disso, esse vento manso também é responsável pelo processo de evaporação de todas as águas da terra, atuando junto aos rios e mares. Esse fenômeno é vital para a renovação dos recursos naturais, que, ao provocar as chuvas, estarão fertilizando a terra. Apesar de dominar o vento,

Iansã originou-se na água, assim como as outras Orixás, que possuem o poder da procriação e da fertilidade. Na Nigéria, existe um rio com seu nome, que assim se originou, segundo conta essa uma antiga lenda em que Iansã foi desafiada pelos sacerdotes de sua aldeia, que duvidaram de sua capacidade de irrigar a terra.

Para eles, sua única função era a de levantar o vento para espalhar as sementes. Sentindo-se muito ultrajada, resolveu mostrar a eles do que era capaz. Na frente de todos, rasgou ao meio um pano escuro de sua indumentária. Usando seus pés, sulcou uma grande extensão de terra, onde esses panos foram jogados e, ao entrarem em contato com o solo, transformaram-se num grande rio.

Iansã possui um grande conhecimento, adquirido através da convivência com muitos orixás, com Ogum,  aprendeu sobre os caminhos, Oxóssi foi com quem aprendeu a caçar, Xangô seu grande amor e eterno companheiro, Omulu-Obaluaiê, com quem compartilha o reino dos Eguns; Orunmilá e Oxalá, entre outros.

Vivia com eles o tempo necessário para aprender o que precisava, deixando-os em seguida, para continuar com suas andanças pelo mundo. Alguns tentaram, em vão, prendê-la, mas é impossível segurar o vento.

A liberdade é muito importante para ela. Foi com Xangô, seu marido, que passou mais tempo, pois os dois se completavam. Mas, apesar disto, ergueu-se contra ele em defesa de seu povo, fazendo com que recuasse.

Nem mesmo Xangô conseguiu dobrá-la. Guerreira poderosa, é também detentora de poderes de feitiçaria, não temendo nada nem ninguém.

Nunca fugiu das batalhas, agindo sempre com uma força devastadora.

Ela se transforma com muita rapidez para destruir o inimigo, voltando ao normal logo em seguida, como se nada tivesse acontecido.

Segundo a lenda, Iansã teria abandonado seus nove filhos para partir em novas empreitadas.

Isso não quer dizer que ela não os amava. Ao contrário, ela precisava lutar para ter condições de criá-los e defendê-los, além disso, não podia levá-los consigo nessas guerras.

Com Oxalá, grande orixá fun-fun, aprendeu sobre o uso do raciocínio e o dom da paciência.

Por isso ela não desiste facilmente de seus objetivos, sabendo esperar o momento certo para conquistá-los. Iansã é puro movimento.

Não pode ficar parada, para não extinguir sua energia.

O vento nunca morre, ele está sempre percorrendo novos espaços.

Ela tem o domínio e o conhecimento sobre os eguns (espíritos desencarnados).

Após a morte e a limpeza do corpo, que é realizada por Omulu-Obaluaiê, Iansã encarrega-se de levá-los até os portais do orun (mundo paralelo), onde eles são entregues ao Comando dos Exus Caveiras, que são os Exus que guardam as portas dos Umbrais. Iansã, em tempos remotos, era patrona (ou matrona) de uma sociedade secreta feminina, que cultuava os ancestrais (pessoas já desencarnadas pertencentes à religião), que denominamos Egungun, ritual onde são trazidos a terra espíritos de pessoas já desencarnadas. Foi o orixá Ogun que conseguiu acabar com a primazia das mulheres nesse culto, que passou a ser exclusivamente masculino. Mas, apesar disto, Iansã ainda é reverenciada nessa sociedade. Iansã, segundo a mitologia, é um orixá muito forte, enfrentando a tudo e a todos por seus ideais.

Não aceita a submissão ou qualquer tipo de prisão. Faz parte de sua indumentária a espada curva (alfanje), o eruêxin (espécie de espanador feito de rabo de boi, dado por Oxóssi com que ela espanta os Eguns), além de muitos braceletes e objetos de cobre.

Sua dança é muito expansiva, ocupando grande espaço e chamando muita atenção. Tem como domínios os ventos, cemitérios, taquarais, caminhos e bambuzais.

A vela pode ser coral (avermelhado),  branca ou amarela como flores você pode oferecer gerberas, palmas amarelas e o que não deve faltar em uma oferenda é um lindo bolinho de acarajé dourado e uma champanhe.

As lendas de Iansã são as mais diversas e todo mito deve ter sua trajetória refletida. Essa divindade foi uma mulher resignada quando aceitou seguir Ogum, mas se revoltou quando se sentiu traída e não exitou em abandonar os filhos mas prometeu sempre cuidar deles mesmo a distância.

Devotou a Xangô seu verdadeiro amor, mas não como uma mulher submissa mas sim como uma igual. Essa divindade cheia de curiosidade e coragem fez com que se atravesse a querer cada vez mais conhecimento e quanto mais conhecimento adquiria mais poderes e responsabilidades.

Uma divindade que reflete exatamente as mulheres de hoje que lutam por seus ideais e suas idéias, que saem todos os dias para gerar riquezas, mulheres poderosas e que fazem a diferença.

Eparrey minha querida mãe Iansã, que os ventos sempre estejam nos meus caminhos tirando as vendas e mostrando sempre a verdade.

 

Orixá Iansã / Oya | Wicca & Bruxaria Amino

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